segunda-feira, março 19, 2007



O que não está à venda?


Quando é mencionada a palavra "publicidade" imediatamente vem à nossa cabeça o verbo comprar. Sejam produtos ou serviços, o advento propagandístico nos leva por um caminho, muitas vezes grotesco e desumano, sem nem pensarmos nas consequências da nossa compra por impulso. Alguns acreditam que tudo, ou quase tudo, está à venda; mas como discordar se o mundo está cada vez mais repleto de seres medíocres e oportunistas?

É bem verdade que apesar de a publicidade condicionar o seu público-alvo a realizar compras do produto e/ou serviço divulgado, quem toma a decisão final somos nós. Não podemos culpá-la pelos nossos atos impensados e inconsequentes, até porque colocar a culpa em anúncios é muito fácil, difícil é assumir que comprou porque quis aparentar ter um status que não tem, porque quis suprir uma necessidade física ou psiquica, ou ainda, porque precisa sentir-se inserido num grupo, o qual todos possuem a tal "coisa" que você também precisa ter.

Encarar a vida como um supermercado ambulante é considerado divertido para uns, mas pode, no mínimo, tornar a vida superficial e angustiante. Quantas vezes compramos determinada roupa, carro ou fazemos aquela viagem tão sonhada por muitos, e tão realizada por poucos, só porque nos sentimos solitários e vazios? O processo midiático contribui bastante para a derrocada da vida atual e isso se deve, em partes, a um ramo da comunicação social, mais precisamente conhecida como publicidade e propaganda.

Como diz o próprio mercado: "cada coisa tem seu preço", então façam suas ofertas! Quanto vale isso? Quanto vale aquilo? Muito em breve, porventura, todos nós tenhamos códigos de barra estampados no corpo equivalendo a um determinado preço. E talvez a pergunta mais comum seja: "Quanto você vale?"