sexta-feira, abril 27, 2007


Clementina de Jesus: um diamante bruto.



Ela era apenas uma filha de lavadeira, neta de escravos, que logo depois virou empregada doméstica. Ela era Clementina de Jesus, conhecida também como Quelé ou Tina, uma das maiores sambistas do Brasil. Apesar de ter apenas começado sua carreira aos 50 anos de idade chegou a ter voz cativa nas rodas de samba da época e fazer até mesmo duetos com diversos ícones do samba como Pixinguinha, Cartola e João da Baiana.



Clementina é a prova viva do resgate da cultura afro-brasileira. Suas músicas, muitas provenientes de rodas de samba, expressavam um misto entre o tradicional folclore e o contemporâneo, além do sincretismo presente em suas letras, e nos leva a conhecer um outro Brasil; dotado de uma vasta historicidade musical.


Ouvir Tina é como voltar ao passado rapidamente e lamentar por não encontrar músicas tão ricas em forma, tom e conteúdo como as dela, na atualidade. Para mim, nada mais é que uma mescla entre nostalgia e uma sensação estranha de nunca ter vivenciado aquela época... até porque nunca o fiz.