sexta-feira, novembro 16, 2007

Vamos falar de cinema?



Há algumas semanas pude assistir ao filme "O ano em que meus pais saíram de férias" e constatei que este realmente é muito fraco para ser indicado ao Oscar. Não que o filme seja completamente ruim, mas o grande problema dele é que não possui uma história forte, concisa, nem, ao menos, gera polêmica.

A história gira em torno de Mauro (Michel Joelsas), um garoto cujos pais, para fugir das intempéries da ditadura militar, refugiam-se em outro local, dando a desculpa de tirarem férias e prometendo voltarem até o início da Copa do Mundo; o que faz com que Mauro crie expectativas até a época prometida. E apesar de isso não acontecer, de fato, o que gera uma frustração ao menino (e até mesmo a quem assiste ao filme), a película busca explorar de forma divertida e original as peripécias vivenciadas por Mauro durante a ausência de seus pais.



Embora eu tenha gostado da fotografia do filme e da boa atuação de Mauro e do velho judeu com quem contracena, Shlomo (Germano Haiut), não foi o bastante para que despertasse em mim o sentimento de "solidariedade", como prega o diretor do filme, Cao Hamburger. Acredito que faltou mesmo um pouco mais de realismo, diria até mesmo um certo impacto, coisa que acaba sobrando em Tropa de Elite, por exemplo.

Qual o motivo então de terem escolhido "O ano em que meus pais saíram de férias" no lugar de "Tropa de Elite"? Seria este último "chocante" demais para representar o Brasil no Oscar? Dizem que o filme retrata a verdade, mesmo que um pouco exagerada, se assim for vivemos então numa dura realidade. E por que não mostrá-la aos cidadãos da terra do 'Tio Sam'? Talvez eles não resistissem e aí, como diria Capitão Nascimento, teriam que "pedir pra sair", da sessão é lógico.

Site do filme 'O ano em que meus pais saíram de férias': http://www.oano.com.br/

Site do filme 'Tropa de Elite': http://www.tropadeeliteofilme.com.br/