sexta-feira, fevereiro 01, 2008


E eis que inicia a maior festa profana do mundo: o carnaval. Esta, que mexe com multidões de todas as partes do país, já não representa nada para mim. No passado já fui foliã e das mais
animadas, diga-se de passagem, mas hoje estou mais para velhinha com reumatismo do que outra coisa. Aliás a vida tem se tornado um verdadeiro tormento no últimos tempos e isso se deve a diversos fatores, entre eles o meu "eterno desemprego". Muita gente procura me incentivar com palavras de conforto, tais como: "relaxe, você ainda é muito nova..." Mas como assim "nova"? Nova para quê? Para arrumar emprego nunca se é novo o bastante, ao menos sempre pensei assim e tô bastante cansada de crer que "as coisas vão melhorar", ando tão descrente da vida, das pessoas e até de mim mesma...

O baixo astral me pegou, de fato. Não quero parecer pessimista, nem fatalista com situações adversas, mas a vida me consome e a sensação que tenho é de que entra ano, sai ano nada muda pra mim. Não quero levar essa vidinha medíocre que a maioria das pessoas estão acostumadas a ter e me conformar em estudar na facul-sair com os amigos-trepar com o namorado num dia chuvoso-beber numa social qualquer-encontrar até um empreguinho que pague bem e depois gastar esse dinheiro num celular novo. Não, definitivamente não. Quero mais, bem mais. Sentir-me útil de verdade, talvez essa seja a palavra-chave: útil.

Não significa fazer caridade a torto e a direita e depois bater no peito "estou ajudando ao próximo", nada disso. É trabalhar de verdade, construindo algo para mim e para os demais. Creio (agora sim, eu creio) que a questão da arte-educação está embutida nesse meu sentimento de utilitarismo, mas para isso preciso alçar novos vôos. Talvez longe daqui... talvez? Não. Absolutamente longe, muito longe.