sexta-feira, dezembro 26, 2008

Jorge Amado, bike e bossa nova

Esse recesso natalino é uma mescla destas três coisas com uma dosagem de bucolismo e tédio. Não que seja ruim, ao contrário é saudável sentir isso às vezes, desde que não se torne uma frequência na vida. Mas particularmente hoje estou afim de sair para beber, ver gente (mesmo que não me agradem), dar o "ar de minha graça" por aí, quem sabe até descolar uma boa conversa de risos contagiantes (difícil mas não impossível).

Já não me importo mais com festas de fim de ano há algum tempo e isso só vem crescendo com o passar dos anos, me falta paciência e um pouco de hipocrisia para desejar feliz natal a torto e a direita. I"sso acontece nas melhores famílias," já dizia um ex-amigo meu. Sim, ex-amigos existem só que isso é muito longo para ser contado aqui, deixa pra outra hora.

Em meio ao recesso estou voltando às pedaladas de bike por aí, depois de 06 anos parada (num intervalo de 2 anos que andei rapidamente). Quero fazê-lo com prazer, nada de ter que andar de bike para me deslocar, mas sim passear com ela, sair para respirar quando me sentir sufocada. Embora, hoje aconteça um protesto devido ao aumento da tarifa do transporte público (tô pensando em ir), não quero ver a bike como obrigação e sim como prazer, um súbito prazer de fim de tarde.



O filme de 'Dona Flor e seus dois maridos' que baixei da net também serviu de contentamento ao meu tédio do fim da tarde de ontem. A película é dos anos 70, mas a história se passa em meados da década de 40. Obra prima de Bruno Barreto adaptada do grandioso Jorge Amado. Pior que acabo me identificando com a literatura
de Amado, tão poeticamente sensual. Sua linguagem é única e o modo como aborda o tema da mulher é precioso, intrigante, polêmico, erótico. Sim, sem sombra de dúvida Jorge sabia o que é que a baiana tem.



Ontem senti saudades de Tom Jobim, não exatamente dele mas de ouvi-lo. Fui ao blog da Joyce, que é um dos poucos ícones bossa-novistas vivo ainda, e me deparei com uma postagem sobre festas natalinas
e etcêtera. Mais um dentre tantos, só não me irrito porque ela fala também de boa música e do cenário da bossa-nova no mundo. Enfim, ouvi o CD em homenagem ao Tom, dentre os intérpretes: Wanda Sá, Roberto Menescal, Danilo Caymmi, Cauby Peixoto e a própria Joyce. Uma boa pedida para saudar mais um natal que se vai.